quinta-feira, 28 de maio de 2009

O poeta depara-se com a folha em branco de papel



O poeta depara-se com a folha em branco de papel


Ele deparava-se com a folha, a folha de papel em branco.

Aquela manhã fora pior que todas as outras, pois a noite havia sido passada em claro e a folha branca ainda não havia sido vencida, aquele branco cruel e silencioso.


A primeira lagrima correu nas olheiras da noite anterior, torneou o nariz e saltou no ar caiu borrando o branco silêncio de papel; a segunda lagrima veio mais forte e grossa no mesmo percurso caiu e borrou mais uma vez o branco do papel. Estavam lá duas manchas salgadas transparecendo levemente a alteração no papel; mas ele sabia que aquelas marcas tão tristes e salgadas eram só o começo, e não eram o bastante para apagar a expressa brancura do papel.


A idéia fixou-se rápida e elegante como a lâmina que já o perfurava-o nos pulsos, alem das marcas lacrimais jorravam matando o branco da folha de papel as lagrimas vermelhas de sangue quente e pulsante.


Autor (Eu) Guiovan Clementino de Oliveira