segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Profilático!





 Para Will Self

Minha ideia de diversão? Esta mulher que nunca vi mais gorda quer saber?
Ela acha que eu contaria meus segredos em uma festinha medíocre de amiga secreta onde todos esboçam esses sorrisos bonachões cheios de rancores e amarguras dentro de si incrustradas de seus pescoções e entranhas cheias de peru, panetone, e vinho que eles bebem, bebem, bebem desesperadamente como se tivessem nascido antes da invenção do álcool, e de seus circuitos cerebrais que chamam de ser e que se definem como humanidade?
Se ela me visse arrancar a cabeça caquética do mendigo na estação de ônibus e depois jogar no chão, e ai me dedicar ao cadáver...
Ela jamais tinha visto um pescoço sem cabeça, muito menos tocado em um.
Tive que me colocar bem por cima dele: precisava de todo meu peso para penetrar no toco que ainda vazava...
Imagino a cara dela me vendo fazer isso...
Disse a ela que trabalhava com ratos de laboratório somente e que eles eram bem divertidos e talvez quiçá mais inteligentes que os seres humanos...
Por: Gui Oliveira

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