Um pouco de poesia, minha poesia.
Um pouco de min, meu eu.
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
As coisas mudam e são difíceis de dizer.
Sempre terá uma musica que me lembrará você.
Demoram-se muitos anos para desapegar-se de sons, sensações.
Pois são nos sons que se emancipam as partículas biológicas de prazer.
As imagens nós deixamos de vê-las e guardamos na lembrança.
Porém os sons não, eles são sensitivos eles já estavam lá antes de você chegar.
Minha ideia de diversão? Esta mulher que nunca vi mais gorda
quer saber?
Ela acha que eu contaria meus segredos em uma festinha
medíocre de amiga secreta onde todos esboçam esses sorrisos bonachões cheios de
rancores e amarguras dentro de si incrustradas de seus pescoções e entranhas
cheias de peru, panetone, e vinho que eles bebem, bebem, bebem desesperadamente
como se tivessem nascido antes da invenção do álcool, e de seus circuitos
cerebrais que chamam de ser e que se definem como humanidade?
Se ela me visse arrancar a cabeça caquética do mendigo na
estação de ônibus e depois jogar no chão, e ai me dedicar ao cadáver...
Ela jamais tinha visto um pescoço sem cabeça, muito menos
tocado em um.
Tive que me colocar bem por cima dele: precisava de todo meu
peso para penetrar no toco que ainda vazava...
Imagino a cara dela me vendo fazer isso...
Disse a ela que trabalhava com ratos de laboratório somente
e que eles eram bem divertidos e talvez quiçá mais inteligentes que os seres
humanos...
Sim, foi numa moldura retangular com fluidos e conectores LCD, não em preto e branco como nos filmes clássicos que daria aos dois um tom mais charmoso, sombrio e misterioso talvez. Foi exatamente no colorido berrante em meio a anúncios fétidos de corpos dados ao descaso, dentro de um ciberespaço criado por programadores de computador e anunciantes que prometem coisas inimagináveis.
Um tanto quanto assustador é que: conspiração divina, demoníaca, agnóstica, não seria possível uni-los, de jeito algum, pois os mesmos não merecem, nem muito menos querem ajuda ou afago desses elementos, que segundo eles são apenas simbologias irreais.
Indefinidas diferenças físicas e psicológicas os separam por milhas de distância, mas ao mesmo tempo os conectam, não como o fazem todos os dias através de bytes e imagens destorcidas de programas de web comunicação. Um palestino que ameaçadoramente torna-se um álter ego de um afrodescendente (negão), misterioso, ousado, sagaz, lascivo, e contagiante-mente necromancista e genial.
O outro é: perturbado, assolado por memorias meramente recreativas de experiências que um dia foi seu passado transgressor e contagiante-mente irresponsável, mas de algum modo elogiado incessantemente por alguns.
Após inúmeras tentativas instigantes, carnais, e até gentis de se tocarem através dos fluidos e conectores de uma tela de plasma mórbida e fria e de impulsos energéticos chamados de conexão de internet eles sonham constantemente e se encontrarem para se duvidarem ou se afirmarem entre sí.
Entre pegue todos os seus pertences ligeiramente, não se esqueça de apagar todos os seus recados inconvenientes da secretária eletrônica, puxar da geladeira aqueles imãs ridículos que você trouxe da casa de sua mãe para pendurar na porta da minha geladeira, e acho que tem uma meia suja no balde de roupa.
Ao fechar a porta limpe as digitais da maçaneta ao final deixe as chaves no apartamento ao lado 102, pois estarei esperando visitas ainda hoje a tarde...
Mudança de comportamento e isolamento São freqüentes em quem sente E se sente inocente Vivendo revivendo Explorando encarnando Procurando reconhecendo O invento reinvento desfazendo E o tempo enlouquecendo e Matando maltratando Humilhando desencarnado o isolamento É difícil encontrar uma pessoa como eu Disposta a contar tudo que se deu No dia do fato do rato do gato Do sapo e do ato da peça da noite Hoje me deixe de lado Já tenho dezoito já mostro no rosto as marcas do tempo E a saudade dos grandes inventos Dos grandes homens Dos velhos tempos
Dentro de um livro empoeirado que estava em uma estante da biblioteca de um velho poeta, os poemas discutiam entre si, faziam muito barulho que ecoava por toda a sala.
O poema do amor dizia aos outros poemas:
__Eu me expresso melhor do que qualquer um de vocês, pois não há inspiração melhor do que a minha, ou seja, eu sou o Amor!!!
O poema tristeza logo se irritou com toda a ostentação que foi atribuída ao amor, e desatou a falar bem alto quase num berro:
__Não mesmo!!! Eu que sou a melhor das inspirações, pois quando o poeta fica triste, triste de não poder mais, e tem vontade de sumir e nunca ter existido, eu é que vou até lá e inspiro o fundo da sua alma triste e faço-o ele escrever os mais belos versos!!!
O poema Sujo logo pigarreou com seu cigarro na boca e disse:
Nada Disso!!! Eu sou o melhor entre vocês, pois a inspiração que proporciono ao poeta é sobre fatos corriqueiros e cotidianos que aconteceram em sua vida, sou eu que faço o leitor do poema reciclar suas ideais rotineiras, pois sou eu que lhes chamo a atenção mostrando a sutileza das coisas comuns da vida real.
__Nada disso!!! Vociferou o poema Sacro com uma voz gregoriana: __ Eu sou toda e qualquer fonte de inspiração, pois eu faço a conexão do homem com Deus, e eu elevo a alma de varias e varias pessoas ao contrario de você companheiro Amor que ilude a todos, e a você companheiro Tristeza que arrasa tudo onde passa, não ache que você escapou companheiro Sujo, sua realidade cruel nos assusta!!!!
Bronha nenhuma!!!! Disse o poema Erótico. __ Eu é que provoco os mais excitantes pensamentos e deixo todos suando e com vontade de fazer o que há de melhor na vida Sexo, sexo, sexo...
___Quem lhe disse Isso companheiro Erótico? Eu o complicado da história o poema Abstrato que confundo e quebro a cabeça dos leitores para que esses possam entender o que quero expressar nas minhas entrelinhas metafóricas. Só eu posso ter uma interpretação diferente para cada leitor. Todos vocês estão equivocados eu é que sou o melhor!!!!
____Nada Eu é que sou o mais Belo!!! O concreto que alem de belas palavras construo imagens belas de se apreciar, sou eu a verdadeira face da arte sou literatura e a figura ao mesmo tempo !!!!
O Velho poeta entrou em sua biblioteca disposto a ler alguma coisa e começa a ouvir todos aqueles berros vindos da estante puxa o livro que faz os ruídos em questão e o abri, os poemas estão tão absortos em suas discussões que nem percebem que estão sendo observados. O velho ouve calmamente os berros sonantes de todos eles e então decidiu intervir!!!
___ Hrun!! Hrun!!! Pigarreou. Sou o poeta e acredito que devem parar de brigar entre si, querendo um ser melhor que o outro!!! Pois cada um tem seu reconhecimento especial e todos juntos poderiam fazer o mais belo dos mais belos textos produzidos por uma mente humana.
Os poemas se calaram e concordaram com um silencioso aceno de cabeça!!!
Foi ai que tudo começou e o poeta iniciou sua árdua tarefa junto com a colaboração de cada poema de escrever o poema mais bonito que todo o homem já viu e ouviu!!!!